Sangue de Maria

Sangue de Maria
por todas mulheres que sangram e sabem seu valor

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Reflexões acerca do sagrado feminino***

É um ciclo essencial da mulher selvagem dar vida a sua própria intuição, alimenta-la, e, respeita-la com o simples gesto do ouvir.
quantas e quantas vezes nos deparamos com sensações que nos falam coisas como:
eu sabia que isso ia acontecer!
eu não devia ter ido por aqui!
eu sempre soube que ele não era a pessoa certa pra mim!

Entre tantas e tantas situações, há uma miríade de sensações intuitivas, que nos alertam dia após dia sobre que decisão tomar ou que caminho seguir.
A intuição e o relacionamento intuitivo. e os ciclos naturais da mulher são ensinamentos que devem ser passados de geração pra geração, de mulher para mulher, mãe, filha, avó, amiga, irmã. O nosso eu intuitivo é muitas vezes ignorado por perdermos a nossa benção matrilinear (sistema de filiação e de organização social no qual só a ascendência materna é levada em conta para a transmissão do nome, dos privilégios, da condição de pertencer a um clã ou a uma classe). O nosso século exige muito de nós exteriormente, fazendo com que o contato com nós mesmas seja rompido e esquecido.

No livro "A tenda Vermelha" de Anita Diamond, as mães honram suas filhas quando elas recebem a graça da menstruação. Elas lhe massageiam os cabelos e o corpo com óleos essenciais, penteiam seus cabelos e transmitem seus ensinamentos com amor contando-lhes estórias sobre suas vidas e os ciclos femininos. lhe fazem até um bolo em formato do ventre para comemorar essa etapa em suas vidas, essa passagem de menina a mulher com a chegada do sangue. No livro, cria-se o cenário baseado no sagrado feminino vivido há milênios, onde mulheres de aldeias se reuniam todos os meses na tenda vermelha durante o período menstrual para trabalhar a feminilidade e os ensinamentos sagrados das mulheres, devolvendo a terra o sangue que lhes foi dado no ato do nascer. O que acontece no nosso século entretanto, é bem diferente, temos uma reversão de valores, onde somos ensinadas a rejeitar nossos corpos e a ter nojo do nosso sangue menstrual. As mulheres aprenderam a odiar os próprios ciclos, ciclos esses que geram vida. E assim muitas mulheres acabam perdidas, sentem-se inseguras, acabam desencadeando depressões, falta de amor próprio e envolvendo-se em relações perigosas e destrutivas por se acharem inferiores aos homens.
 Acreditem mulheres essas mensagens estão mais gravadas em suas mentes do que imaginam!
A falta de conexão com nós mesmas, gera doenças físicas e psicológicas, pois, o corpo reflete a alma. E trás um vazio dentro das mulheres, um vazio que as afastam cada vez mais de sua essência, e sua alma.

Precisamos da benção matrilinear da intuição, a transmissão da confiança intuitiva de todas as mulheres de uma linhagem, que já se foram, para aquelas que ainda permeiam nessa jornada que é a vida, aquele rio de antepassadas que foi represado e que precisamos readquirir. Se voltarmos a atenção a nossos ciclos naturais, se aprendermos a respeitar nosso corpo, nossa existência resgatamos a nossa sabedoria intuitiva com plenitude. A função intuitiva pertence a todas as mulheres!

Somos a vida morte vida, este é nosso ciclo particular do feminino, a atitude de deixar morrer e deixar viver é importante para que as mulheres vivenciem um ritmo que reduz o medo, pois prevemos o futuro e o que ele nos reserva. Portanto o ser natural intuitivo que é a mulher selvagem gera o paradoxo: o que um é dois, o que é dois forma três, o que vive morrerá e o que morre viverá.

"saber demais envelhece a pessoa antes do tempo" Clarissa Pinkola

A sociedade patriarcal em que vivemos nos ensina que ser mulher é algo ruim, desde a era matriarcal onde a mulher era vista como divina e como imagem da deusa (a mulher que gera vida, que intui, que tem dons da sabedoria), que o homem na busca pelo poder, precisava denegrir a imagem da mulher, e assim surgem as religiões de aspiração patriarcal que pregam que a mulher é a imagem do pecado e deve ser submetida ao homem. O mito da criação é um exemplo de como culpam a mulher pelos pecados do mundo.
A sociedade não aceita a mulher e seus ciclos, pois sabem o poder que uma mulher possui segura de si. As industrias precisam se pessoas com baixa alta-estima, infelizes com seus corpos, com suas vidas, para gerar lucro e poder financeiro.

"Nem tão gorda!
Nem tão magra!
Nem tão alta!
Nem baixa demais!
Não seja burra!!!
Nem muito inteligente!
Você DEVE ter personalidade!
Mas, NÃO DEVE NUNCA sair do padrão".

Eles precisam dominar seus pensamentos e desejos, eles precisam que você não se ame, que você busque no material coisas que preencham o vazio que sentem no interior. Se todas as mulheres percebessem o quanto são lindas, sensuais, maravilhosas, belas, e singulares entre si, as industrias iriam a falência.
 O problema maior é que as mulheres se esqueceram de quem elas são, aceitaram o aprisionamento que lhes foi imposto, aceitaram ser vitimas. O que é beleza afinal? o belo esta nos olhos do admirador. o belo foi discutido há muitos seculos, em literatura, "os clássicos que eram completamente absolutistas, acreditavam no bom, no belo e no verdadeiro como noções absolutas e distintas entre si, enquanto os românticos, sendo relativistas, só entendiam o belo relativo, no qual o bom e o verdadeiro se fundiam, alguns românticos revolucionários criaram novas concepções do belo. O belo-feio, o belo-horrível, e o belo-trágico. A beleza feminina mudou seus padrões ao longo dos séculos, isso podemos observar com as pinturas de pintores renomados que retratam a beleza feminina de sua época. (no seguinte link, encontra-se algumas obras de arte que podemos destacar: https://vimeo.com/1456037)

O belo é relativo a cada tipo de pessoa, o que é belo para alguns povos exóticos, causa estranhes em outras culturas. haverá uma verdade absoluta de um padrão de beleza?
Se o ser humano é um ser universal, como podemos simplificar e impor um padrão de comportamento entre miríades de possibilidades.

Da perfeição da vida
'porque prender a vida em conceitos e normas?
O belo e i feio... O bom e o mau... Dor e prazer...
tudo afinal, são formas e não degraus do ser!'
Mario quintana

Ao interpretar o mito da serpente percebemos como, a partir da construção simbólica do mito, a mulher foi renegada, oprimida, descriminada, sofrendo abusos físicos e psicológicos terríveis na fortaleza patriarcal. Foi limitada e impedida de exercer sua expressão, seu poder pessoal e seus sentimentos.

Despertem mulheres!!! despertem seu ser, sua feminilidade, tragam a tona seu poder natural.

Maria Lua








terça-feira, 11 de agosto de 2015


Eu sou a luz que brilha em mim...
sou a deusa
sou o amor
sou a vida
sou mulher...